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Ministro anuncia diagnóstico da zika, dengue e chikungunya simultâneos


Uma importante inovação permitirá o diagnóstico simultâneo da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. A informação foi anunciada pelo Ministro da Saúde, Marcelo Castro, em visita ao campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na manhã deste sábado (16). De acordo com o Instituto, a novidade vai garantir maior agilidade para o diagnóstico realizado na rede de laboratórios do Ministérios da Saúde, além de reduzir os custos e permitir a substituição de insumos estrangeiros por um produto nacional. O novo teste demora cerca de três horas para ficar pronto e ter a liberação do resultado.

A expectativa é que o teste esteja disponível ainda no primeiro semestre deste ano. "Já estamos com 18 dos 27 laboratórios centrais equipados para receber esse teste e agora em fevereiro a Fiocruz vai produzir esses testes", destacou o ministro. A estimativa de custo para a realização do diagnóstico é de US$ 20 por teste.

Teste só detecta zika durante período de infecção O novo Kit NAT, porém, funciona por PCR -- detecção de segmentos de material genético do vírus -- e só é capaz de detectar os patógenos durante o período de infecção viral, que dura apenas alguns dias.

Nova tecnologia permite diagnóstico simultâneo da zika, dengue e chikungunya (Foto: Josué Damacena / Divulgação Fiocruz)


A Fiocruz e outros institutos de pesquisa do país ainda buscam maneiras de criar um teste do zika por sorologia, que avalia a reação do sistema imune do paciente. Esse tipo de teste, mais prático de realizar e capaz de identificar infecções passadas, por enquanto só existe para dengue e chikungunya.

Só com o teste por sorologia, que pode ser realizado em postos de saúde, cientistas têm como começar a fazer um mapa mais preciso da disseminação do zika no país. Com a sorologia, grávidas em estágio avançado também poderão saber se tiveram ou não o vírus no início da gestação, com risco de comprometimento neurológico para o feto.

"Esses testes são os testes moleculares que permitem o diagnóstico da situação clínica dessas infecções. Basicamente, o que a gente pode fazer é amplificar pedaços específicos de cada um desses patógenos e dessa maneira a gente consegue dar alta sensibilidade porque em cadastros dessa reação a gente pode duplicar o número de amostras. A gente faz diferentes etapas pra chegar numa amplificação muito grande e a gente tem uma assinatura molecular muito específica, que permite diferenciar de maneira muito efetiva a sequência associada ao patógeno que foi originado na infecção", explicou Marco Aurélio Krieger, vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Prototipagem do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz-Paraná).





Kit NAT permitirá realizar a identificação simultânea do material genético dos três vírus (Foto: Fernanda Rouvenat / G1)

Agora, para o diagnóstico simultâneo, o Kit NAT Discriminatório para dengue, zika e chikungunya permitirá realizar a identificação simultânea do material genético dos três vírus e, além de evitar a necessidade de testes separados, o Kit NAT também oferece uma combinação pronta de reagentes que vão acelerar a análise das amostras e a liberação dos resultados.

O diagnóstico do zika vírus, atualmente, é feito por técnicas moleculares, com uso da técnica de RT-PCR em Tempo Real, que identifica a presença do material genético do vírus na amostra. Para isso, são usados reagentes importados e, para descartar a presença dos vírus dengue e chikungunya, é necessário realizar cada exame separadamente.

Segundo o ministro da Saúde, o Brasil tinha, em média, aproximadamente 150 casos de microcefalia por ano e, de outubro a dezembro do ano passado, nós tivemos 3.500 casos aproximadamente. "É um caso tão grave que, em menos de 20 dias do surto de microcefalia em Pernambuco nó decretamos estado de emergência pública no país e a única vez que isso havia sido decretado tinha sido em 1917 na gripe espanhola", disse o ministro.

A inovação é resultado do trabalho conjunto do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com apoio do Instituto Carlos Chagas, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães e do Isntituto de Tecnologia em Imunobiológicos.

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